7 de maio de 2010

Review: Heavy Rain [PS3]


Plataformas: Playstation 3
Lançamento: 23 de fevereiro de 2010
Gênero: Drama interativo
Desenvolvimento: Quantic Dream

Rodeado de grandes expectativas e marketing pesado, Heavy Rain chega aos donos de PS3 trazendo consigo uma proposta diferente e um lema: "Até onde você vai para salvar uma pessoa amada?".

 




Um jogo diferente e único.

Heavy Rain se difere de quaisquer outro título. Antes de escrever sobre como é e do que se trata primeiramente tenho que mencionar o que é Heavy Rain. Primeiro, não é um jogo de aventura, ação, tiro ou similares e sim um drama psicológico, definitivamente algo que não é lançado com frequência. Segundo, jogá-lo e vivenciá-lo se torna uma experiência incrível e intensa do início ao fim devido ao seu roteiro muito bem produzido. Terceiro, toda e qualquer decisão por parte dos personagens é tomada pelo jogador otimizando o grau de envolvimento deste com o enredo. E por último, tudo o que há no game é interativo expandindo o nível de realismo e imersão. São essas e outras características que renderam ao jogo o título de pioneiro nessa categoria. Na verdade é complicado e até mesmo difícil explicar em palavras o quão complexo é Heavy Rain, tal entendimento só poderá ser obtido jogando-o.




Entrando na pele de quatro pessoas diferentes mas com um objetivo em comum.

Em todo o jogo o jogador irá controlar quatro personagens diferentes de forma alternada. Cada um tem seu papel na história. São eles:

Ethan Mars: Arquiteto. Perdeu seu filho mais velho em um acidente de carro desde então ficou depressivo culpando-se pela morte do rebento. Agora é separado da mulher e mantém uma relação distante com seu outro filho, Shaun, que é forte candidato a ser a próxima vítima do Assassino do Origami. Até onde Ethan irá para salvar seu filho?

Madison Paige: Fotógrafa. Vive sozinha e sofre de constantes insônias fazendo com que ela se instale em diversos hoteis da cidade para ficar à noite. De início não possui nenhuma ligação direta com o caso do Origami mas posteriormente também irá se envolver na investigação do assassino.

Norman Jayden: Agente do FBI especializado em perfis. Está diretamente envolvido com a investigação policial do caso do Origami Killer. Jayden terá de enfrentar os problemas internos com os "companheiros" da polícia para tentar solucionar o caso. Para isso irá contar com a ajuda de uma nova tecnologia chamada IRM (Interface de Realidade Melhorada) que lhe permite examinar minuciosamente pistas e quebra-cabeças.

Scott Shelby: Ex-policial, agora detetive particular. Contratado pelas famílias das vítimas, Scott também participará na busca pelo assassino reunindo provas e informações valiosas.


Em Heavy Rain o jogador vivenciará etapas distintas da vida dos personagens que podem alterar sua personalidade e modo de pensar.

Compreendendo cada personagem e seus atos.

Cada personagem possui características e traços de personalidade diferenciados. Eles possuem sentimentos como qualquer pessoa, o que o tornam humanos. O modo com que eles reagem a certas situações ou tomar ou não aquela decisão dependerá bastante do que ele acha ou pensa. Por cada um ser assim tão diferente é que pode haver alguma confusão por parte do jogador quando ocorrer a transição entre eles, alterando o gameplay, o que pode ocasionar uma certa demora para se acostumar mas com algumas horas de jogatina certamente o gamer estará totalmente habituado.

Justamente para saber o que tal personagem acha ou o que está pensando no exato momento há o botão L2 onde é possível checar seus sentimentos quando bem entender. É fortemente recomendado que o jogador o faça constantemente visto que nesses sentimentos estão pistas, soluções, dicas ou até mesmo o que fazer e como fazer da maneira certa. Vale lembrar que tais pensamentos podem variar de acordo com o cenário ou ocasião onde o determinado personagem se encontra, podendo surgir até mesmo sentimentos controversos quando se está em algum momento de tensão ou prestes a fazer uma escolha importante.

O ponto forte dessa "coisa sentimental" é que o próprio jogador se vê envolvido com a história. Se identificando com um ou com outro. E querendo ajudar ou atrapalhar aquela pessoa por meio de suas decisões. Esse é o efeito que Heavy Rain quer e consegue passar a quem joga, algo extraordinário e único.

Um assassino em série à solta. Como e o que você irá fazer para encontrá-lo?

Todo o enredo de Heavy Rain se passa em torno do caso do Origami Killer, um assassino em série que mata suas vítimas por afogamento e deixa um origami na mão e uma orquídea no peito no corpo da mesma, como uma assinatura. A polícia bem que tenta, mas o tal assassino é extremamente esperto e não deixa praticamente nenhuma potencial pista, além das entidades policiais não possuirem nenhum suspeito aceitável. A cidade toda está com medo e pressionando ainda mais os tiras numa busca desenfreada pelo criminoso. A próxima vítima? Shaun Mars, filho de Ethan. Logo não só o pai, mas todos os protagonistas irão seguir os rastros do Origami Killer a fim de encontrar e resgatar Shaun antes que seu tempo acabe. Cada um de seu jeito, cada um por seus motivos. Eles terão de solucionar quebra-cabeças, recolher informações e até passar por uns maus bocados para atingir seu objetivo comum, salvar o garoto.

Como se não bastasse tudo isso ainda surgirão novas figuras que irão entrar no meio dessa história para ajudar ou não a resolver o caso. Esses personagens secundários muitas vezes exercerão papeis fundamentais na trama trazendo para o jogador novas peças do quebra-cabeça. E é isso o que Heavy Rain promete, uma história intensa, repleta de reviravoltas e surpresas que algumas vezes podem deixar o gamer de boca aberta.


É preciso encarar situações complicadas onde fazer a escolha certa é crucial para trilhar o caminho desejado.

Interatividade é o nome do jogo.


Não há como negar, a interação que Heavy Rain proporciona ao jogador é estupenda. Seja em cenas mais intensas ou simples ações do cotidiano como escovar os dentes ou comer alguma coisa, tudo é interativo, e o jogador vivencia de perto essas situações adversas. Em cenas de combate onde é preciso acertar uma sequência de botões por exemplo, se você errar algumas poderá levar alguns golpes mas se acertar pode golpear e/ou desviar do adversário. Errar ou acertar nessas etapas podem te levar a caminhos diferentes mais à frente.

A jogabilidade se baseia em fazer movimentos pré-estipulados semelhantes as ações ocorridas na tela com o botão analógico ou apertando os tradicionais botões de ação: "x", quadrado, triângulo ou círculo, chamados "Quick Time Events". As formas primárias com que são utilizados esses tipos de comando são divididas em três: movimentos normais, movimentos lentos ou executar corretamente as sequências mostradas na tela em um curto período de tempo. Há ainda partes onde é necessário segurar certos botões simultaneamente além do uso do sensor de movimento do controladores Sixaxis e DualShock 3, este primeiro pode ser bem complicado de se fazer uma vez que é preciso fazer contorcionismos com os dedos para obter êxito na sequência.

Esse sistema diferente de comandos é extremamente útil e adequa-se muito bem no jogo onde a já mencionada interatividade está sempre presente. Assim se torna fácil acompanhar as falas, observar cenários, expressões e os sentimentos do personagem por causa dos comandos simples e intuitivos. Sem esquecer do realismo empregado, se vai tomar um suco deve-se agitar antes de beber certo? Sem problemas, para tal basta chacoalhar o controle.

O gameplay também muda juntamente com os personagens. Quando se joga com Norman por exemplo, a jogabilidade se foca no uso do IRM a fim de procurar pistas e rastros do assassino. Já com Ethan o estilo de jogo muda para algo mais centralizado nas próprias escolhas. Outro ponto importante a ser citado é que se por acaso ocorrer a morte de algum desses personagens a história prossegue, logicamente esse evento terá um papel importante no rumo da mesma daí em diante.


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